Assédio Moral é um tipo de violência moral praticado por um superior hierárquico contra um ou mais subordinados. Como é sempre praticado verticalmente, pode ser gerado, ainda, por uma política de gestão que implique níveis altos de pressão, instabilidade e tensão diária aos trabalhadores.
A Dataprev responde atualmente a um processo coletivo, cuja audiência está marcada para o dia 26 de junho, no Ministério Público do Trabalho, em Brasília. Outros processos, individuais, correm na Justiça em vários pontos do País.
Segundo o site assediomoral.org, o assédio moral é a exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções, sendo mais comuns em relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, em que predominam condutas negativas, relações desumanas e aéticas de longa duração, de um ou mais chefes dirigida a um ou mais subordinados, desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a organização, forçando-os a desistirem do emprego.
O momento atual é de demissões em massa na Dataprev, com denúncias de que a “despedida” do trabalhador teve requintes de humilhação. Para coibir essas práticas dentro da Dataprev, o Sindpd-RJ, as OLTs e as associações Aned, Aed e Atetiprev estão lançando a campanha Assédio Moral – Eu denuncio!
Se você sofre ou presencia casos de assédio moral no seu local de trabalho, denuncie!
Tipos de chefes assediadores
No ambiente de trabalho, além das vítimas que se diferem de uma para outra, também existem os chefes assediadores.
A médica e pesquisadora da PUC/SP, Margarida Barreto, ao realizar o estudo Uma jornada de humilhações ,sobre a violência no ambiente de trabalho, identificou alguns tipos de chefes e os denominou de acordo com a sua forma de agir no ambiente de trabalho em relação aos seus funcionários. Veja abaixo:
Garganta:
É o chefe que não conhece bem o seu trabalho, mas vive contando vantagens e não admite que seu subordinado saiba mais do que ele. Submete-o a situações vexatórias, como por exemplo: colocá-lo para realizar tarefas acima do seu conhecimento ou inferior à sua função.
Grande irmão:
Aproxima-se dos trabalhadores/as e mostra-se sensível aos problemas particulares de cada um, independente se intra ou extramuros. Na primeira “oportunidade”, utiliza estes mesmos problemas contra o trabalhador, para rebaixá-lo, afastá-lo do grupo, demiti-lo ou exigir produtividade.
Profeta:
Sua missão é “enxugar” o mais rápido possível a “máquina”, demitindo indiscriminadamente os trabalhadores/as. Refere-se às demissões como a “grande realização da sua vida”. Humilha com cautela, reservadamente. As testemunhas, quando existem, são seus superiores, mostrando sua habilidade em “esmagar” elegantemente
Tasea: “Tá se achando”
Confuso e inseguro. Esconde seu desconhecimento com ordens contraditórias: começa projetos novos, para no dia seguinte modificá-los. Exige relatórios diários que não serão utilizados. Não sabe o que fazer com as demandas dos seus superiores. Se algum projeto é elogiado pelos superiores, colhe os louros. Em caso contrário, responsabiliza a “incompetência” dos seus subordinados.
Mala-babão:
É aquele chefe que bajula o patrão e não larga os subordinados. Persegue e controla cada um com “mão de ferro”. É uma espécie de capataz moderno.
Pitt-bull:
É o chefe agressivo, violento e perverso em palavras e atos. Demite friamente e humilha por prazer.
Tigrão:
Esconde sua incapacidade com atitudes grosseiras e necessita de público que assista seu ato para sentir-se respeitado e temido por todos
Troglodita:
É o chefe brusco, grotesco. Implanta as normas sem pensar e todos devem obedecer sem reclamar. Sempre está com a razão. Seu tipo é: “eu mando e você obedece”.