No próximo dia 16/1, Fenadados e Serpro realizam 2ª Mesa Específica de Plano de Cargos e Salários (PCS). A reunião será em Brasília, na sede da Federação, a partir das 10h, e também vai tratar a incorporação das FCTs e PLR.
A representação dos/as trabalhadores/as realiza no dia 15/1, às 14h, a pré-mesa; e no dia 17/1, às 10h, a pós-mesa, que pode vir a ser realizada logo após a negociação ainda no dia 16/1.
Abaixo, você confere um artigo sobre a negociação do PCS escrito pela Vice-presidente da Fenadados, Telma Dantas. A diretora também é a coordenadora da Campanha Salarial dos/as Trabalhadores/as do Serpro
Histórico da negociação do PCS
A primeira mesa específica do PCS, realizada no dia 22/11, na Sede do SERPRO, estava programada para acontecer desde o inicio da Campanha Salarial 2013/2014. No entanto, por falta de agenda (ou prioridade), foi adiada diversas vezes. O fato de a reunião ter tido a participação de apenas dois coordenadores e um trabalhador de base mostra, por si só, as dificuldades encontradas.
A mesa específica é uma importante conquista. Esse formato de negociação estabelece um diálogo permanente, possibilitando negociar assuntos mais complexos da pauta de reivindicação que exigem um tempo de discussão maior do que o permitido pela Campanha Salarial. Também permite tratar problemas pontuais e demandas em tempo mais hábil, adequando assim as constantes mudanças ocorridas na empresa à realidade vivida pelo conjunto dos trabalhadores.
Pauta do PCS
A reivindicação apresentada na primeira mesa já fazia parte da Pauta 2013/2012 e foram adicionadas propostas dos estados do Ceará – a extinção da promoção por mérito – e do Pará.
A forma como a empresa reajustou a Promoção por Mérito este ano motivou o debate. Os/as trabalhadores/as entendem que este tipo de promoção não serve como fator de motivação para a maioria, mas na verdade é um instrumento desagregador. Numa assembleia realizada no Ceará, os presentes afirmaram que a promoção por mérito é cruel pela falta de transparência e subjetividade dos critérios, deixa a premiação (reconhecimento) nas mãos das chefias, a serem usadas a bel prazer.
Vale esclarecer que, em nenhum momento, a proposta foi apresentada no sentido de prejudicar o conjunto dos trabalhadores/as. Pelo contrário, pretendeu-se estimular a empresa a fazer uma profunda reflexão sobre sua política de recursos humanos, a fim de que haja uma real valorização do corpo funcional. Para isso, é preciso inverter a proporção das verbas disponibilizadas para as promoções por mérito e por tempo de serviço.
A Promoção por Tempo de Serviço tem critérios objetivos, e é uma saída coerente e justa para desconstruir a lógica da empresa de fragmentar cada vez mais o corpo funcional. A extinção da Promoção por Mérito tem o objetivo de melhorar os critérios e tornar transparente e objetivo a política de recursos humanos como um todo.
A última mesa foi o “pontapé inicial” na negociação desta pauta e também serviu para fazer os/as trabalhadores/as e a empresa refletirem sobre a questão.
Todos os sindicatos que participam da Campanha Salarial foram informados e convidados a enviarem representantes para esta mesa de negociação, o que pressupõe a realização de consultas às bases para o devido encaminhamento de suas demandas. Infelizmente, compareceram à mesa somente dois dirigentes e foram encaminhados pontos de pauta somente pelos sindicatos do CE e PA. Seria profundamente enriquecedor para as próximas mesas de negociação do PCS a participação mais representativa dos estados, subsidiados por consultas locais aos trabalhadores/as do Serpro.
Sobre a Reclassificação
A Reclassificação no Serpro na pratica não existe, tratando-se de outro ponto de insatisfação e desmotivação dos/as trabalhadores/as. Neste caso, também falta transparência nos critérios de reclassificação. É preciso estabelecer prazos para que a reclassificação aconteça, pois da forma como está, a empresa fica muito confortável para abandonar completamente o processo.
Outros pontos foram discutidos e fundamentados, como a criação da Classe 3 para auxiliares no RARH-2; isonomia e critérios objetivos em relação ao percentual das FCTs, bem como o reconhecimento de sua natureza salarial.
Hoje, há 15 trabalhadores/as no PACCS, e os demais se dividem quase que meio a meio no RARH-2 e no PGCS. Identifica-se a necessidade de: adequar os três planos à realidade dos/as trabalhadores/as; extinguir os critérios subjetivos e a falta de transparência na Promoção por Mérito; reclassificar; e adotar critérios transparentes em todas as ações da empresa, afinal a transparência elimina qualquer tipo de falhas e desvios.
Consideramos que a fragilidade hoje existente na política de recursos humanos da empresa é nociva e contribui muito para desagregar e desmotivar cada vez mais o conjunto dos/as trabalhadores/as.
A primeira reunião foi importante para buscar caminhos para melhorar os três planos de cargos e salários. Busca-se uma evolução profissional a fim de garantir uma aposentadoria digna para todos/as trabalhadores/as, de forma que tenham uma vida pós-laboral saudável e com todas as necessidades básicas supridas.
Não podemos esquecer o valor e a importância da força de trabalho dos homens e mulheres que fazem o SERPRO, afinal a TI (Tecnologia da Informação) é um poderoso instrumento de transformação e é determinante para o desenvolvimento do País. Queremos, portanto, esse reconhecimento, e nada mais justo que ele se concretize através da possibilidade de uma carreira promissora e de uma aposentadoria digna.
Por fim, essa discussão está apenas começando. Esperamos que a empresa reflita sobre os argumentos colocados para avançarmos no sentido de melhorar os três planos. Sabemos das dificuldades porém, juntos podemos corrigir rumos e repensar o futuro. Contamos com você!!
Telma Dantas – Coordenadora da Campanha Salarial do SERPRO
Fonte: Fenadados