Projeto cultural no Rio lembra abolição com caminhada em locais ligados à história negra

 

O projeto Roteiros Geográficos do Rio, que há dez anos organiza passeios culturais gratuitos por locais históricos da cidade, promove hoje (13), a partir das 9h, uma caminhada especialmente para celebrar a data da Abolição da Escravatura. O roteiro Caminhando por Negras Geografias no Centro do Rio começa pela Praça Onze, que abriga pontos de referência para a cultura negra, como o monumento a Zumbi dos Palmares e o Terreirão do Samba, e termina na Praça Quinze, onde a princesa Isabel, em uma sacada do Paço Imperial, anunciou a assinatura da Lei Áurea, em 13 de maio de 1888.

De acordo com o professor João Baptista Ferreira de Mello, do Instituto de Geografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e coordenador do projeto, o roteiro “privilegia os locais que foram criados e organizados pelos negros e que se perpetuaram na geografia da cidade”. É o caso da área da Praça Onze, que embora tenha sido completamente devastada em sua forma original, desde a abertura da Avenida Presidente Vargas, em 1944, fazia parte da área conhecida como a Pequena África do Rio de Janeiro.

Integram ainda o roteiro as igrejas de Santana, da qual os negros eram devotos e a quem chamavam de Nanã, e de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. Quando a corte portuguesa chegou à cidade, em 1808, essa igreja, vinculada às irmandades negras, era também a Catedral do Rio, e foi lá que dom João VI rezou para agradecer a viagem bem-sucedida.

Cerca de 110 mil pessoas, entre moradores do Rio e turistas nacionais e estrangeiros, já participaram dos cerca de 800 passeios realizados pelo projeto da Uerj. Para participar, os interessados devem fazer a inscrição pelo e-mail roteirosgeograficos@uol.com.br ou pelo telefone (21) 8871-7238.

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