Campanha Salarial – Trabalhadores rejeitam proposta do Serpro

 

Os trabalhadores do Serpro no Rio de Janeiro deliberaram ontem (02/08) e hoje, em assembleia descentralizada realizada nos locais de trabalho (Lapa, Ministério da Fazenda, Andaraí e Horto), aprovar a apresentação, ao Serpro, da contraproposta indicada pelo Comando Nacional de Campanha Salarial. A proposta econômica apresentada pela empresa foi rejeitada por ser insuficiente para contemplar os anseios da categoria, mas o objetivo é dar andamento às negociações para fechamento do Acordo Coletivo de Trabalho 2011/2012.

A contraproposta aprovada é composta de sete itens. Confira:

1)      Reajuste salarial – o Serpro está propondo reajuste salarial de 6,51%, que é o índice de inflação (IPCA) medido pelo IBGE. Os trabalhadores reivindicam a utilização do índice ICV-Dieese, que aponta a inflação no patamar de 7,33% + 2% de ganho real.

2)      Auxílio Creche – o Serpro está propondo reajuste pelo IPCA (6,51%). Os trabalhadores querem um valor fixo de R$794,60.

3)      Reembolso Escolar – Os trabalhadores querem o benefício, com valor fixo de R$794,60.

4)      Adicional de Férias – atualmente o Serpro paga 30%. Os trabalhadores reivindicam que o percentual seja de 50% do valor das férias.

5)      Tíquete Refeição – o Serpro está propondo reajuste pelo IPCA (6,51%). Os trabalhadores querem reajustar o valor do benefício através do índice fora de domicílio.

6)      FCT e FCA – Os trabalhadores querem discutir a incorporação das gratificações aos salários.

7)      Plano de Saúde para os aposentados por invalidez e acidente do trabalho.

Os trabalhadores deliberaram, ainda, a manutenção de estado permanente de assembleia e a realização de mobilizações.

Mesas específicas

A representação dos trabalhadores ressaltou a importância da conquista de realização de mesas específicas para negociação permanente sobre Anistiados, PSEs (trabalhadores do quadro externo) e Saúde/Condições de Trabalho. Essas negociações se darão ao longo do tempo, e as conquistas serão incorporadas ao Acordo Coletivo de Trabalho, na forma de aditivo.

PPLR 2011

Telma Dantas falou aos trabalhadores sobre o andamento das negociações do Programa de Participação nos Lucros e Resultados. Segundo Telma, a Federação não assinou o Programa da PLR 2011 em virtude do não recebimento, pelos trabalhadores, da divisão de lucros da empresa, que vem apresentando balanço deficitário ano após ano. Será apresentada ao Serpro proposta já aprovada pelas assembleias, para que o critério de distribuição da PLR seja alterado. Ao invés de calcular a participação apenas sobre os lucros, que o Serpro utilize o cumprimento de metas, que são batidas pelos trabalhadores em todos os exercícios.

André Guedes, coordenador do Sindpd-RJ, lembrou que esse novo modelo torna mais justa a correlação de forças, pois, se a empresa não objetiva lucro em função de orientação governamental, os trabalhadores não podem ser penalizados, já que deram resultados mensurados positivos.

Nota da diretoria do Sindpd-RJ

Oposição quer dividir a categoria

A representação dos trabalhadores e trabalhadoras vem lamentar profundamente que as assembleias, que são instâncias de debate entre os trabalhadores, estejam sendo usados para fins político-partidários.

Os companheiros do Sindppd-RS e Sindados-BA estiveram presentes somente para polemizar em cima de uma questão já resolvida em assembleia pelos trabalhadores: a procuração para a Fenadados. Vale observar que no passado pessoas tentaram desfiliar nosso sindicato da CUT e da Federação, sem sucesso.

O Sindpd-RJ reafirma que, como ente filiado à Fenadados, negocia somente através da mesma, inclusive tendo assento garantido em mesa de negociação coletiva com a empresa.

Diante dos fatos ocorridos hoje, lastimamos que a OLT-RJ esteja levando os trabalhadores para uma divisão coletiva, pois, enquanto nos demais locais de trabalho todos debateram e aprovaram, em ampla maioria, a contraproposta discutida pelo Comando Nacional de Campanha Salarial, no Andaraí a OLT convocou os trabalhadores a abandonar seu exercício de negociação coletiva.

Grande parte dos trabalhadores e trabalhadoras que estão lotados no prédio do Andaraí, responsavelmente, não atenderam essa negação de negociação e permaneceram na assembleia, para votar o rumo de sua campanha salarial.

A negociação e o aumento são para todos, não podemos nos furtar de nossas responsabilidades!

 

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