Sindpd-RJ apoia o “Movimento de Luta pela Reparação do Povo Negro e Povos Indígenas”

O Centro Cultural Ação Cidadania sediou, no dia 25 de janeiro, o “Movimento de Luta pela Reparação do Povo Negro e Povos Indígenas”, que contou com o apoio do Sindpd-RJ através da Secretaria de Igualdade Racial do Sindicato.

O dia 25 de janeiro foi escolhido para ser a data do evento com o objetivo de rememorar os 178 anos da Revolta dos Malês/Nagôs, que ocorreu nesta mesma data, em 1835, na Bahia. Este movimento foi um grande marco da resistência negra à escravidão e recebeu o nome de Revolta dos Malês por serem assim chamados os escravos mulçumanos que o organizaram e que na Bahia eram conhecidos como Nagôs.

A mesa do evento foi composta pelo representante do Instituto João Goulart (IJG) João Vicente Goulart, pelo Centro Cultural Ação Cidadania através do diretor João Costa Batista, pelo presidente do Instituto Nacional dos Povos (INP) Yedo Ferreira, pela representante do grupo da Diáspora africana Ruth Pinheiro e pela diretora do Sindpd-RJ e também diretora do INP Delfina Souza.

A diretora do Sindpd-RJ abriu a mesa relatando que “o Sindicato se encontra ao lado do INP diante desta luta que começou e nunca acabará”. Em seguida, o representante do IJG ressaltou a luta do Instituto pela defesa das Liberdades Individuais, do Legalismo e da Constituição. João Vicente também falou sobre o projeto do IJG sob o tema “Reforma do Estado Brasileiro”, o qual o Instituto João Goulart espera contar com a parceria do INP para que juntos possam realizar o desafio de resgatar a luta do presidente João Goulart e rever a relação que o Brasil tem hoje com o capital internacional. “Temos tido conquistas sociais e políticas, mas ainda necessitamos dar um grande passo na conquista das oportunidades que esse país desenvolveu apenas para as elites e que ainda deve ao povo negro e indígena como, também, deve àqueles que foram marginalizados pelo capital internacional”, afirmou o representante do IJG.

Ruth Pinheiro explanou sobre o novo movimento de guerra e de extermínio que existe na África atualmente e, além disso, ela explicou que há um atual movimento dentro da Diáspora africana com o objetivo de identificar os cidadãos da Diáspora americana, europeia, entre outros, que queiram colaborar para o desenvolvimento da África. Com a crise econômica mundial, as grandes potências estão novamente se voltando contra a África de uma maneira predadora, afirma Ruth Pinheiro. Por isso, os governos se uniram no Congresso Mundial realizado em 2012, Pretória, na África do Sul, através de 83 países, para reunir lideranças políticas e sociais que tenham o interesse de melhorar o desenvolvimento africano, de acordo com o sonho do Pan-africanismo, que desenvolve cultura sem o olhar capitalista, mas sim com um olhar de quem vê em primeiro lugar o ser humano, a comunidade. “Desde 1960, a época mais crítica da África é agora”, relatou a representante do grupo da Diáspora africana.

O diretor do Centro Cultural Ação Cidadania apresentou um documentário que fala sobre a história do Centro e de seu fundador e, também, geólogo, antropólogo, filantropo, abolicionista, André Rebouças. O diretor do Centro afirma que o local apresenta a cara do movimento negro e que o mesmo é um espaço histórico que se encontra disponível para a realização de eventos sociais.

Yedo Ferreira, presidente emérito do INP, discorreu sobre a história da Revolta dos Malês/Nagôs, que marca a unidade histórica de diferentes escravos, e falou sobre como ela é pouco divulgada na história brasileira. “Nós temos que redefinir a nação brasileira e reestruturar o Estado através de movimentos sociais e étnicos”, afirmou o presidente do Instituto Nacional dos Povos. No fim do evento, Yedo apresentou e colocou em votação a declaração realizada pelo INP que chama o povo brasileiro para que, no Circuito da Presença do Africano no Brasil, seja lançado o repúdio aos países que estão invadindo a África e desestruturando os governos africanos. O documento foi aprovado por unanimidade no evento.

O vídeo abaixo apresenta o presidente do INP Yedo Ferreira, que relata a importância da Revolta dos Malês/Nagôs ser lembrada na história da comunidade negra.

(LC)

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