Queremos toda a corrupção passada a limpo

A Polícia Federal deflagrou no início de setembro, a segunda etapa da Operação Zelotes, que apura a existência de um bilionário esquema de sonegação de tributos no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), órgão vinculado ao Ministério da Fazenda.

Segundo o Ministério Público Federal, seis empresas devem ser denunciadas nos próximos dias por crime de sonegação de impostos e corrupção no Carf. Uma delas considerada a “globo” gaúcha. Atualmente são 20 empresas investigadas.

O certo é que o cidadão que se der ao trabalho de escarafunchar lá nos cantinhos dos grandes jornais, acabará por achar alguma informação sobre a Zelotes, que está abalando as bases dos conservadores.

O senador Agripino Maia (DEM) vinha tendo grande cobertura midiática, graças ao ativismo contra a corrupção e pelo impeachment da presidenta Dilma. Essa cobertura, no entanto, tende agora a diminuir, pois o “paladino da moral e da honestidade” foi pego no pulo pela Operação Zelotes (aquela sobre a qual os grandes jornais e emissoras de TV quase não falam).
Mas Agripino não é o único “paladino” pego com a mão na bufunfa. A revista Carta Capital informou que a Polícia Federal e o Ministério Público Federal encontraram, também na Operação Zelotes, indícios de que o ministro do Tribunal de Contas da União Augusto Nardes (aquele que julgou as pedaladas do governo) pode ter recebido R$ 1,65 milhão de uma empresa investigada sob suspeita de envolvimento com fraudes fiscais.

É claro que em se tratando de corrupção, há que se falar da Lava Jato e demais investigações. A revista Congresso em Foco publicou uma lista com mais de 130 deputados que, em agosto, respondiam a inquéritos ou ações penais no Supremo Tribunal Federal (STF). No Senado, dos 81 integrantes, pelo menos 30 respondem a inquéritos ou ações penais na mais alta corte do país. Há parlamentares de quase todos os partidos envolvidos em investigações.

Importante notar que, dos mais de 500 congressistas acusados de atos criminosos desde a promulgação da Constituição de 1988, somente 16 foram condenados e apenas oito chegaram a cumprir a pena. Em muitos casos, os processos simplesmente prescreveram sem que os ministros do STF tivessem julgado o comportamento dos réus.

É hora, nos parece, de começarmos a bater panelas contra os corruptos que se vestem de moralistas e, acima de tudo, de nos protegermos contra o possível “engavetamento” de investigações cujo resultado não interesse aos conservadores, à imprensa e aos seus patrocinadores.

O Brasil precisa de união e seriedade para sair da crise. Queremos (e precisamos) mais políticos pensando no povo e no País. Chega de corrupção!!!

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