Trabalhadore(a)s do Serpro/Horto obrigados a trabalhar sob risco

Na manhã de ontem (7/11), a Polícia Militar realizou, de forma truculenta, a reintegração de posse de 50 famílias, que construíram décadas atrás suas casas na região do Horto, próximo ao prédio onde trabalham cerca de 300 trabalhadores e trabalhadoras.

O local de atuação da Polícia Militar se deu no único acesso ao prédio do Serpro/Horto, e, com  a justa reação dos moradores (que estão sendo expulsos de casas onde muitos deles nasceram), o local se tornou uma praça de guerra, conforme conta o site dos Jornalistas Livres:

“Às 6h30 da manhã, os policiais chegaram ao local denominado por seus moradores de “Comunidade do Horto”, com o mandato de reintegração. Porém, foram impedidos após baterem de frente com uma barricada criada pelos habitantes e um cordão de isolamento humano, que incluía crianças e idosos.

Por volta do meio-dia, os policiais presentes passaram a usar bombas de gás lacrimogêneo, spray de pimenta e balas de borracha, com o intuito de inibir a resistência dos moradores. Dois idosos ficaram feridos, uma senhora foi atingida por uma das bombas de gás lacrimogêneo ateadas, um senhor levou um tiro de bala de borracha na cabeça e alguns jovens foram mobilizados no chão”.

A praça de guerra em que se tornou o caminho de acesso ao prédio do Serpro/Horto se transformou, também, num risco absurdo e desnecessário para os trabalhadores e trabalhadoras, que foram obrigados a subir pela mata para ter acesso ao local de trabalho, tendo que desviar de paus e pedras, infiltração de pessoas estranhas ao local e ao próprio estresse da situação.

O mais impressionante é que a empresa, informada sobre o problema, deixou os trabalhadores e trabalhadoras sem qualquer informação, sem saber se teriam que enfrentar o perigo da trilha na mata para não serem descontadas ou se poderiam evitar a situação retornando aos seus lares em segurança. Apenas após as 12 horas as chefias foram liberando os funcionários, mas faltou uma orientação central da administração da empresa no Rio de Janeiro, que, ao que tudo indica, não tem autonomia para decidir assuntos de pessoal sem a autorização de Brasília.

Importante deixar claro que este tipo de situação já aconteceu em 2014, se repete agora e se repetirá em breve, pois as reintegrações truculentas vão continuar. Diante disto, a diretoria do Sindpd-RJ está enviando ofício para o Serpro, para que a empresa assuma sua responsabilidade perante a segurança dos seus trabalhadores e trabalhadoras, e tome medidas preventivas para que o caos não mais aconteça no acesso ao trabalho. As reintegrações são agendadas, portanto há como prevenir situações de risco.

Clique aqui e leia o ofício enviado ao Serpro

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