Greve geral envolveu 35 milhões de pessoas

Organizadores da greve geral do dia 28 de abril avaliam que a mobilização foi a maior da história do Brasil desde a ditadura militar.

Apesar das ameaças do governo e dos empresários e da manipulação da mídia, que se recusou a divulgar que a greve aconteceria, mais de 35 milhões de trabalhadores e trabalhadoras aderiram ao movimento paredista, o que ficou claro com as imagens fartamente publicadas nas redes sociais de cidades vazias, como foi o caso de São Paulo.

A violência que se viu ao final do dia aconteceu, como sempre, pela atuação de mascarados que não se identificam e pelas tropas da repressão com suas bombas de gás e pimenta, balas de borracha, cacetadas e nenhum respeito pelo direito de livre expressão do povo.

Nem toda essa repressão, contudo, foi suficiente para conter a indignação do povo, cansado de ver seus direitos históricos rasgados pelos patrões e pelo governo a serviço do capital, com o apoio escancarado da mídia comercial.

O sucesso do movimento se deu em razão da união entre as várias centrais sindicais e movimentos populares, que trabalharam conjuntamente para a organização da greve, deixando de lado questões partidárias e focando com unidade e força nos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras.

O governo não quis passar recibo e tentou menosprezar o tamanho e a repercussão da greve geral, mas não há dúvida de que o recado foi, sim, dado em alto e bom som: não aceitamos pagar o pato da crise.

A diretoria do Sindpd-RJ se orgulha de ter organizado, junto com os trabalhadores da base, a greve forte e vitoriosa na Cobra Tecnologia, na Dataprev e no Serpro, todas empresas públicas federais. Durante todo o dia 28 representantes do Sindicato estiveram na porta de cada uma dessas empresas ao lado da categoria.

Repúdio à violência policial contra manifestantes

A violência policial que assistimos na sexta-feira, dia 28 de abril, não tem justificativa e merece todo o nosso repúdio. Quem estava na Cinelândia viu que a polícia chegou atirando bombas no palco onde lideranças falavam, sem que tenha havido nenhum tipo de provocação.

Para dar luz a essa questão, reproduzimos o relato da jornalista da Fiocruz, Juliana Krapp, que acompanhou a agressão desde o início: Não, a culpa da truculência e da absurda violência que dispersou a manifestação no centro do Rio, nesta tarde 28 de abril, não foi de vândalos. Não acreditem nisso que as TVs e os jornais – os mesmos que apoiaram o golpe civil-militar de 64 – estão querendo vender. Não teve a ver com ônibus queimados ou vidraças quebradas, amigos. Não caiam nessa esparrela, por favor. Eu estava parada numa roda de amigos na Cinelândia, em frente à Câmara. O clima estava amistoso, tranquilo, e apenas as notícias de confusão na Alerj poderiam trazer alguma preocupação. Assim que ouvimos o ruído das primeiras bombas, vindo da Rio Branco, decidimos seguir para zonas mais à beirada. A correria nos pegou na calçada do Amarelinho, com as bombas e o gás vindo em nossa direção. Seguimos pela Alcindo Guanabara, achando que poderíamos sair do tumulto, ir embora. Mas a polícia simplesmente havia cercado tudo, feito um círculo ao redor da manifestação e seguiu nos encurralando, atirando bombas ao deus dará. Ela nos imprensou, sem que houvesse saída. Uma tocaia, literalmente”.

Foto: Ricardo Stuckert (do site da Frente Brasil Popular)

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