Como assim “seu” presidente? O Governo não autoriza a negociação com os trabalhadores, mas autoriza cabide de empregos?
Em reunião com a Dataprev que ocorreu em junho/2018, a Fenadados questionou a empresa sobre a iniciativa de terceirização das atividades fins, e recebeu como resposta a afirmação de que os postos de trabalho estarão mantidos. No entanto, omitiram que a precarização nas relações do trabalho serão consequências da utilização do erário público para a contratação e nomeação de pessoas alheias à atividade-fim da empresa.
O movimento sindical vem denunciando, há tempos, uma série de irregularidades na Dataprev, entre elas a matéria divulgada pelo Sindpd-RJ em 30 de novembro de 2017, que informava que o então diretor financeiro da empresa respondia por improbidade administrativa.
É de conhecimento dos trabalhadores e das trabalhadoras da Dataprev, há algum tempo, a nomeação, sem critérios, de pessoas indicadas pelo atual presidente da empresa. Agora o fato escandaloso chegou à grande imprensa e, consequentemente, à população, através da denúncia publicada no jornal O Globo. Segundo informa o jornal, “a Dataprev, uma estatal voltada para o fornecimento de soluções de tecnologia ao governo federal e para o processamento dos pagamentos das aposentadorias dos brasileiros, foi entregue ao líder do governo no Congresso, deputado André Moura (PSC-SE), e virou um cabide de empregos ocupados por meio de indicações políticas do parlamentar. Cargos de confiança em Sergipe, onde a empresa mantém apenas um pequeno escritório, sem uma unidade de desenvolvimento de sistemas ou um data center, foram preenchidos por apadrinhados de Moura, pré-candidato ao Senado pelo estado”.
O nome dessa prática é NEPOTISMO! Enquanto os apadrinhados políticos ganham cargos com salários polpudos, os trabalhadores e trabalhadoras da Dataprev amargam achatamento salarial com negociações coletivas injustas impostas por uma política de governo neoliberal que arrocha a classe trabalhadora, retirando direitos históricos e “facilitando” a exploração por patrões e até mesmo gestores públicos mal preparados e “colocados” em seus postos para cumprir o velho hábito político do “é dando que se recebe”.
A Dataprev é uma empresa pública e, portanto, tem dever social de servir à sociedade brasileira e não a uma casta de políticos e seus protegidos.
Não podemos admitir tamanha afronta aos trabalhadores e trabalhadoras da Dataprev e à sociedade brasileira. Exigimos a imediata revogação das indicações de cunho exclusivamente político. A não ser que a empresa, agora, esteja patrocinando atividades de cunho social voltadas para corte de cabelo, ou ainda, transporte de segurados, através de veículo particular (uber)…
A Fenadados já encaminhou correspondência a diversos parlamentares, pedindo providências para impedir o que está acontecendo, clique aqui e leia o ofício.
Não ao desmonte da Dataprev!
Fonte: Fenadados
Foto: Fenadados