A hora é de pensar no futuro da Dataprev e nos nossos empregos

Entre as principais responsabilidades dos sindicatos es­tão a negociação de acordos e convenções coletivos, inter­venção legal em ações judiciais, orientação sobre questões trabalhistas, recebimento e encaminhamento de denún­cias trabalhistas e preocupação com a condição social do trabalhador.

O Sindpd-RJ cumpre fielmente todas essas atribuições e tem, ao lado dos demais sindicatos estaduais, arranca­do do governo a manutenção dos direitos constantes do Acordo Coletivo de Trabalho e reposição, mesmo que par­cial (somente em 2018), da inflação nos salários.

A gestão atual do Sindpd-RJ sempre prestou contas, em assembleias anuais, de todos os valores recebidos e gas­tos, tudo de forma transparente. O trabalhador sindicali­zado pode, ainda, solicitar que o balanço da entidade seja mostrado a ele, desde que agende uma reunião, à qual comparecerá nosso contador, para tirar quaisquer dúvi­das. Aliás, esse é o procedimento desde a época em que um dos opositores, agora na OLT Cosme Velho, era coor­denador do Sindicato.

Outra falácia é afirmar que a Campanha Salarial do ano que vem já deveria ter começado. Como assim? Qual será a conjuntura que enfrentaremos no próximo ano, se temos eleição geral este mês e – o que é gravíssimo – o canditato neoliberal que até agora lidera as pesquisas, de­fende a privatização das empresas públicas, entre elas a Dataprev? Como iniciar um processo de reivindicações, se nem sabemos se teremos que lutar pela sobrevivência da empresa e dos nossos empregos, o que muda todo o cenário?

É importante que a questão da sobrevivência da Dataprev e de muitas outras empresas públicas esteja presente nas mentes e corações de todos os trabalhadores e trabalhado­ras, pois a experiência recente mostra, sem margem para dúvidas, que o projeto neoliberal que pretende privatizar e acabar com concursos públicos é maléfico para a Pátria.

O pior é que muitos dos colegas da Dataprev aprovam esse sistema, e prometem seus votos para candidatos que pretendem exterminar seus empregos e levar adiante uma reforma previdenciária ainda mais cruel que a defendida pelo atual presidente da República, o mais rejeitado de todos os tempos.

Os exemplos antagônicos de Portugal e Argentina são es­clarecedores para que repensemos apoio a esse tipo de política. Senão vejamos:

Portugal – O governo do primeiro-ministro António Costa, do Partido Socialista, no poder desde novembro de 2015, conseguiu reduzir o déficit fiscal ao mesmo tempo em que aumentou os salários e aposentadorias. Segun­do reportagem de abril de 2017 da revista britânica The Economist, Portugal conseguiu reduzir seu déficit orça­mentário à metade em 2016, chegando a 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB). Trata-se do melhor resultado regis­trado desde a transição para a democracia, em 1974. E isso tudo sem seguir a cartilha neoliberal, ao contrário.

Argentina – A receita neoliberal aplicada na Argentina pelo governo Mauricio Macri levou o país à falência no­vamente. Inflação alta, economia parada, juros em dispa­rada, pobreza em massa e crise cambial. Festejado pelos neoliberais de todo o mundo como “exemplo de compe­tência” e apontado como a grande referência pela direita brasileira, o governo Macri foi ao chão.

Aceitamos críticas e sugestões, mas não vamos calar dian­te de insinuações maldosas e sem fundamento de quem trabalha com descarada intenção de se cacifar para as próximas eleições do Sindicato, que só acontecerão em 2020. Querem plantar dificuldades e falácias para minar nossa gestão frente à entidade, e isso nós não vamos ad­mitir calados.

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