28 de fevereiro: Dia Internacional de Prevenção às LER/DORT

Uma questão de saúde pública mundial. Assim são consideradas as Lesões por Esforço Repetitivo (LER) ou Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT), doenças profissionais que acometem trabalhadores de diversos setores em todo o mundo. Há registros de epidemias na Inglaterra, países escandinavos, Japão, Estados Unidos, Austrália e Brasil. Conscientizar empregados, patrões e a população em geral sobre a importância da prevenção, diagnóstico e tratamento é o remédio mais eficiente para acabar com esta doença. Portanto, desde 2000, o último dia do mês de fevereiro é lembrado em vários países como o Dia Internacional de Conscientização sobre as LER/Dort.

Algumas das categorias profissionais mais atingidas são os bancários e
trabalhadores dos setores de comércios e serviços, principalmente os caixas de
supermercados e de bancos. Supermercados, empresas têxteis e de confecções, e
instituições bancárias lideram os casos de LER/DORT investigados pela
Procuradoria Regional do Trabalho da 21ª Região (PRT-21/RN). Metalúrgicos,
digitadores, operadores de linha de montagem, operadores de telemarketing,
jornalistas, secretárias, entre outros, também são alguns dos profissionais que
encabeçam as estatísticas.

Dentre as doenças que são classificadas como LER/DORT, segundo o
Ministério da Saúde, existem: tenossinovites, tendinites, epicondilites,
bursites, miosites ou síndrome mofascial, síndrome do túnel do carpo, síndrome
cervicobraquial, síndrome desfiladeiro torácico, síndrome do ombro doloroso,
doença de quervain, cisto sinovial. As tendinites e Tenossinovites são as mais
conhecidas, sendo que sua incidência maior está nos membros superiores,
particularmente nos punhos.

Dependendo do estágio de adiantamento da doença, a LER/DORT pode ser
praticamente irreversível. Em outras palavras, a pessoa fica incapacitada para
o resto da vida, o que tem chamado a atenção da área da saúde por ser uma
enfermidade altamente incapacitante. Outro fator preocupante é que essas
doenças provocam a ausência do empregado, ações indenizatórias, tratamentos
médicos e substituição do empregado, onerando a Previdência Social e
prejudicando a economia do país, à medida em que provocam enorme impacto sobre
a saúde pública no Brasil.

Para se ter uma noção da relevância do tema saúde e segurança
ocupacional, basta observar que, no Brasil, ocorre cerca de 1 morte a cada 3
horas, e, ainda, cerca de 14 acidentes a cada 15 minutos na jornada diária, decorrentes
dos fatores ambientais do trabalho.

Daí, segundo informações do Ministério da Previdência Social, ao
analisar o pagamento, pelo INSS, dos benefícios devido a acidentes e doenças do
trabalho, somado ao pagamento das aposentadorias especiais decorrentes das
condições ambientais do trabalho chega-se a um valor superior a R$ 10,7
bilhões/ano. E acrescendo despesas como o custo operacional do INSS mais as
despesas na área da saúde e afins, o custo, para o país, atinge valor superior
a R$ 42 bilhões.

As lesões ou distúrbios ocupacionais são quase sempre previsíveis e,
mesmo assim, ainda cresce o número de casos. Qualquer movimento repetitivo, má
postura, falta de otimização das condições de trabalho, baixo condicionamento
físico e trabalho ininterrupto com jornadas excessivas pode colocar os
trabalhadores sob o risco da LER/DORT.

A adoção de medidas de prevenção da LER/DORT ainda é vista como sinônimo
de gastos por muitas empresas que mantêm ambientes e rotinas inadequadas à
saúde dos empregados. Mas o trabalho de prevenção não se pauta somente na
utilização de mesas e cadeiras ergonômicas e descanso para os pés. Tem que
haver a conscientização de que não há custos, e sim investimentos que garantem
o retorno de um empregado saudável e produtivo, desde que este receba uma
orientação assistida no uso do mobiliário, sem pressão de chefia para manter um
ritmo de trabalho acelerado. Aliado a um adequado meio ambiente de trabalho, a
ginástica laboral também é uma forte aliada no combate à doença.

A falta de informação, tanto do empregador como do trabalhador, ainda é
um forte obstáculo contra a prevenção da LER/DORT. De um lado, a falta de
investimento em melhores condições de trabalho, e do outro, o medo de perder o
emprego, muitas vezes ocultando a dor até chegar à incapacidade laboral.

Os casos de acidentes e doenças do trabalho, pelo número e gravidade das
ocorrências, evidenciam a necessidade de continuar o trabalho de prevenção para
evitar as consequências negativas para o trabalhador e para a sociedade.

Fonte: Ministério Público do Trabalho

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