A direção da Dataprev soltou ontem (16), comunicado interno no qual comunica o retorno ao trabalho presencial de seus empregados, excetuando “aqueles classificados como grupos de risco, ou que convivam com os mesmos, e os que têm filhos menores em idade escolar que dependam exclusivamente de seus cuidados enquanto as escolas estiverem fechadas”.
A empresa erra ao partir da premissa de que existe um grupo de risco específico, até porque essa crença já caiu por terra. Dados divulgados por países europeus e os EUA mostram que pessoas entre 19 e 50 anos já somam boa parcela dos infectados. Além do mais, a exposição de um único integrante de família ao vírus coloca todos os outros em risco, em qualquer idade ou condição de saúde.
A Dataprev vem atingindo grau excelente de produtividade com o trabalho de seus técnicos em home office, e, por isso, não há como justificar essa decisão prematura, quando a taxa de contágio do coronavirus se encontra em alta em várias localidades do País. Não há, portanto, nada que justifique essa pressa em retornar ao trabalho presencial.
Expor seus empregados ao contágio tanto nos transportes públicos como na convivência diária em espaços fechados com seus próprios colegas de trabalho (que também estarão expostos ao contágio), é uma aventura irresponsável que – ao que tudo indica – segue orientações sem respaldo científico do governo federal.
As diretorias do Sindpd-RJ e da ANED são totalmente contra a decisão da diretoria da Dataprev e, embora não tenham meios de impedir essa insensatez, ficarão atentas aos resultados desse retorno intempestivo dos trabalhadores e trabalhadoras ao trabalho presencial.