Dataprev não apresenta nova proposta

Em mesa de negociação da Campanha Salarial realizada hoje (05/04), a Dataprev informou que não há proposta nova a apresentar aos trabalhadores e trabalhadoras. Segundo a empresa, não houve como avançar nas tratativas junto aos órgãos governamentais para viabilizar índice econômico mais favorável. Além disso, esclareceu também que todos os canais de negociação com a Geap foram tentados, mas a operadora declarou que não tem interesse em renovar contrato ou assinar outro com a Dataprev.

Com isso, a Dataprev mantém a seguinte proposta econômica:

– e 1,23% (um por cento e vinte e três centésimos), correspondente a 50% (cinquenta por cento) da variação do INPC – Índice Nacional de Preços ao Consumidor relativo ao período 01 de maio de 2019 a 30 de abril de 2020; e

– 70% (setenta por cento) da variação do INPC – Índice Nacional de Preços ao Consumidor no período 01 de maio de 2020 a 30 de abril de 2021, sobre os valores da tabela salarial e do Adicional de Atividade praticados em 30 de abril de 2021.

Não há possibilidade, segundo a empresa, de pagar qualquer retroativo.

Empresa não aceita reivindicações relativas às demais cláusulas

Embora tenha sido informada em mesas anteriores pela Fenadados que a representação dos trabalhadores não aceita qualquer tratamento diferenciado entre antigos e novos empregados, a Dataprev mantém a proposta de que os futuros funcionários da empresa não tenham direito a licença-prêmio, com alteração na redação da cláusula do abono de 6 dias e,  em substituição ao anuênio, passem a receber quinquênio (5% por cada cinco anos trabalhados) – sendo limitado a 7 quinquênios – ou seja a 35 anos, e não mais o teto de 40 anos como consta no ACT vigente. Ou seja, continua querendo criar duas categorias de empregados, uns com menos direitos que outros.

A empresa propõe a assinatura do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) nos moldes da proposta atual, e a criação de um grupo paritário de trabalho para negociar a redação da cláusula relativa à Saúde, com o objetivo de estabelecer as prioridades relativas a cobertura, atendimento e beneficiários do plano mais próximo possível das necessidades dos trabalhadores e trabalhadoras.

A Fenadados registrou que concorda com a criação do grupo paritário, mas deixou claro que não há como assinar o ACT deixando em aberta a questão da Saúde (cláusulas 7 e 48).

Ação da Dataprev pune sindicatos e trabalhadores

A Dataprev moveu ação contra o sindicato de Santa Catarina, em resposta a uma liminar que garantia aos trabalhadores que não pagassem o aumento extorsivo de 62% da Geap, deixando esse ônus a cargo da empresa. A decisão judicial pune o sindicato e os trabalhadores e trabalhadoras, exigindo que paguem o retroativo desses 62%, o que é impossível. Diante disso, a Fenadados solicitou que a Dataprev retire essa ação, que é punitiva e injusta.  A representação da empresa, em resposta, disse que vai se inteirar do assunto e propõe a realização de uma reunião específica em data a ser agendada.