Dia Internacional da Mulher

Segundo a Wikipédia, a ideia de uma celebração anual surgiu depois que o Partido Socialista da América organizou o dia da mulher, em 20 de fevereiro de 1909, em Nova York — uma jornada de manifestação pela igualdade de direitos civis e em favor do voto feminino. Durante as conferências de mulheres da Internacional Socialista, em Copenhague, 1910, foi sugerido, por Clara Zetkin, que o Dia da Mulher passasse a ser celebrado todos os anos, sem que, no entanto, fosse definida uma data específica.

A partir de 1913, as mulheres russas passaram a celebrar a data com manifestações realizadas no último domingo de fevereiro. Em 8 de março de 1917 (23 de fevereiro, no calendário juliano), ainda na Rússia Imperial, organizou-se uma grande passeata de mulheres, em protesto contra a carestia, o desemprego e a deterioração geral das condições de vida no país.

Operários metalúrgicos acabaram se juntando à manifestação, que se estendeu por dias e acabou por precipitar a Revolução de 1917. Nos anos seguintes, o Dia da Mulher passou a ser comemorado naquela mesma data, pelo movimento socialista, na Rússia e em países do bloco soviético.

Em 1975, o dia 8 de março foi instituído como Dia Internacional da Mulher, pelas Nações Unidas. Atualmente, a data é comemorada em mais de 100 países — como um dia de protesto por direitos ou de celebração do feminino, comparável ao Dia das Mães.

Se algumas décadas atrás quase não se falava de mulheres ocupando espaço de destaque em governos, grandes empresas e na sociedade em geral, hoje elas já provaram que podem atuar em áreas que eram dominadas pelos homens. Tudo isso é resultado do empoderamento, ou seja, de dar mais poder para essa fatia da população.

No mercado de trabalho há ainda um caminho longo a percorrer

O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) lançou, em homenagem ao dia Internacional da Mulher, o boletim “Mulheres no mercado de trabalho brasileiro: velhas desigualdades e mais precarização”. O documento demonstra, com estatísticas, que a política de direita que o governo Bolsonaro vem implementando prejudica toda a classe trabalhadora, em especial as mulheres.

Entre as pessoas desocupadas as mulheres representam 52,2% e entre as pessoas fora da força de trabalho são 64,2%.

O boletim do Dieese ressalta ainda que “a reforma trabalhista já tinha reduzido o rendimento e precarizado o trabalho, sem gerar os empregos prometidos. A pandemia agravou esse quadro. Verificou-se o crescimento do número de mulheres trabalhadoras por conta própria, as chamadas empreendedoras, que, na verdade, são pessoas que lutam para sobreviver diante de uma realidade de precarização e incertezas. As únicas ocupações femininas que cresceram entre o terceiro trimestre de 2019 e o de 2021 foram as das trabalhadoras por conta própria: 9,4% para não negras e 2,9% para as negras. Já o percentual de negras com CNPJ aumentou 36,4% e o de não negras, 27,8%. O total de assalariados do sexo feminino diminuiu no período analisado (-4,7%), bem como o emprego das mulheres no setor público (-3,4%)”. Ou seja, nada a comemorar.

Mais de um século depois dos eventos que culminaram na proposição da criação do Dia de Luta das Mulheres, algumas pessoas e entidades insistem em ver o 8 de março como um dia para dar uma flor, um presente ou dizer parabéns a uma mulher.

Isso tem que mudar! Vamos, juntos, lutar pelo retorno das políticas públicas que empoderam as mulheres e geram qualidade de vida para toda a sociedade.

Clique no link abaixo e acesse a íntegra do boletim do Dieese “Mulheres no mercado de trabalho brasileiro: velhas desigualdades e mais precarização”

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