Rio Grande do Sul: tragédia anunciada

O jornal O Globo do dia 07 de maio informa, na coluna da jornalista Malu Gaspar, que “a equipe da coluna consultou os programas de governo submetidos pelo governador Eduardo Leite (PSDB) e pelo prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas eleições de 2022 e 2020, respectivamente, e constatou que a prevenção a desastres e a possibilidade de eventos climáticos extremos não foi mencionada nenhuma vez nos documentos”.

A constatação da equipe de O Globo seria suficiente para justificar nossa afirmativa de que a tragédia que hoje assola o Rio Grande do Sul estava anunciada e poderia, se não ser evitada, ter proporções muito menores.

O fato é que cientistas do Brasil e do mundo têm avisado há décadas sobre a necessidade de preservação das riquezas naturais, para que a raça humana seja também preservada.

Empresários ligados ao agronegócio e à exploração de riquezas minerais patrocinam campanhas eleitorais milionárias e – em contrapartida – recebem de parlamentares, governadores e prefeitos sem compromisso com a qualidade de vida do povo, benesses que podem vir através de concessões esdrúxulas, como a concessão à iniciativa privada de parques de preservação ambiental, como através da flexibilização das leis ambientais, permitindo mais desmatamento e exploração do solo.

Quando titular do governo federal, o atual inelegível defendia a caça desenfreada, o desmatamento para plantação de soja e criação de gado e os garimpos ilegais. Tudo isso em nome de uma pseudo tese científica de que não existe camada de ozônio ou aquecimento global. Aliás, ficou famosa a expressão “passar a boiada” quando ele e seus ministros queriam aprovar mais uma lei que desse permissão ao uso e abuso de agrotóxicos e devastação ambiental.

O deputado estadual Leonel Radde (PT), afirmou ao jornal 247 que, “pouco menos de um mês antes do início da catástrofe que atinge o Rio Grande do Sul, Leite sancionou o projeto de lei 151/2023, proposto pelo deputado Delegado Zucco (Republicanos), modificando o Código Estadual do Meio Ambiente, abrindo espaço para intervenções em Áreas de Preservação Permanente (APP) para fins de irrigação. Sobre isso, Radde pontuou que “na gestão anterior do Eduardo Leite, regras ambientais também já haviam sido flexibilizadas. Principalmente na questão de agrotóxicos e na questão de áreas de preservação permanente.”

Mas a afirmativa de que o descaso é humano é feita também por cientistas, como Carlos Afonso Nobre, pesquisador titular do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), fez um importante análise em entrevista ao programa Boa Noite 247. Ele disse : “O que acontece no Rio Grande do Sul não é uma tragédia natural. É consequência da ação humana, da irresponsabilidade, do descaso com o Meio Ambiente. Em nosso planeta, nunca aconteceu nada como o que acontece no Rio Grande do Sul neste mês de maio. Estou falando em um período de 125 mil anos”, alertou. Ele ressaltou ainda que “o que está acontecendo no Rio Grande do Sul nunca ocorreu em nossa história. Os órgãos públicos podiam ter tomado medidas preventivas, porque sabíamos desde o ano passado que isso poderia ocorrer”.

A permanecer o descaso com as questões climáticas, e isso passa necessariamente pela preservação da natureza em seus mais variados focos (florestas, lagoas, mares, rios, fauna etc), mais e mais tragédias acontecerão, mais e mais vidas serão perdidas e prejuízos enormes contabilizados.

Nossa solidariedade à população do Rio Grande do Sul

A diretoria do Sindpd-RJ se solidariza com a população do Rio Grande do Sul, que vem sofrendo repetidas tragédias ambientais e pagando alto preço pela ganância e pelo descaso com o Meio Ambiente.

Preservar a natureza, restaurar o que já foi destruído e manter o equilíbrio do Planeta cabe a cada um de nós, e o primeiro passo é valorizar o seu voto, pesquisando as propostas e práticas de cada candidato no que diz respeito a políticas públicas para o meio ambiente.

Lembre-se: a próxima vítima do descaso pode ser você ou um familiar seu.

Ajuda humanitária

O Sindicato de TI do Rio Grande do Sul (Sindppd-RS) está recebendo doações para os desabrigados. O contato para quaisquer doações é:

Dados bancários:
BANCO DO BRASIL
3252-2 (Agência)
21200-8 (Conta Corrente)
CNPJ do Sindppd/RS: 90.273.442/0001-02

CHAVE PIX: 90273442000102 (é o CNPJ do Sindppd/RS – Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados no RS)

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