Programa de Gratificação Gerencial Individual da Dataprev: um descalabro contra o trabalhador!

 

Com a desculpa de “estimular a melhoria da performance gerencial e premiar o alcance de resultados excepcionais”, a direção da Dataprev lançou mais uma medida que colabora para a deterioração do clima organizacional: o “Programa de Gratificação Gerencial Individual”. Na contramão de um governo comprometido com a melhoria da distribuição de renda na sociedade, trata-se […]


Publicado por em 01/02/2016.

Com a desculpa de “estimular a melhoria da performance gerencial e premiar o alcance de resultados excepcionais”, a direção da Dataprev lançou mais uma medida que colabora para a deterioração do clima organizacional: o “Programa de Gratificação Gerencial Individual”.

Na contramão de um governo comprometido com a melhoria da distribuição de renda na sociedade, trata-se de uma medida que amplia ainda mais o fosso que separa o topo da base salarial da empresa.

Na prática, a medida traz um perverso incentivo à competição entre gestores para ver quem consegue explorar mais a mão de obra dos trabalhadores. Equivocada, não só força o gerente a esmagar seus subordinados para aumentar seus rendimentos como estimula a competição — e não a colaboração, como seria mais produtivo — entre os gestores.

Cabe ressaltar que o programa foi lançado valendo-se de um expediente ardiloso, muito conhecido pelo mundo político, que é o de se criar medidas que vão de encontro aos interesses do(a) trabalhador(a) em uma época em que a maioria da força de trabalho se encontra de férias. Tal prática que é de praxe desta gestão da Dataprev.

A indignação dos empregados já é visível nos corredores da empresa. Como a empresa que atrasa o pagamento da participação nos lucros, cria obstáculos para a concessão de férias e impede os empregados de ter acesso ao abono pecuniário lança um programa que vai onerar o seu fluxo de caixa para beneficiar uma casta de privilegiados? É piada de mau gosto?

A infeliz medida pode ser resumida assim: em nome de um suposto aumento de produtividade, incentivo ao trabalho ou o que quer que seja, a empresa criou uma injusta equação em que o empregado dá o sangue e o gestor colhe os louros. Muito justo.

Realmente não conseguiram pensar em nada mais motivador para começar o ano.