O governo interino chegou ao poder graças a um controverso processo de impeachment, baseado na tese de que a presidenta Dilma Roussef teria quebrado o País com as “pedaladas fiscais”, recurso aliás utilizado amplamente por seus antecessores e por governadores. A tese da derrocada da nossa economia graças às pedaladas foi “comprada” por grande parte […]
O governo interino chegou ao poder graças a um controverso processo de impeachment, baseado na tese de que a presidenta Dilma Roussef teria quebrado o País com as “pedaladas fiscais”, recurso aliás utilizado amplamente por seus antecessores e por governadores.
A tese da derrocada da nossa economia graças às pedaladas foi “comprada” por grande parte da sociedade, que pediu o impedimento da presidenta para que a corrupção fosse debelada e a economia, restabelecida.
O problema é que em pouco mais de um mês de governo interino, em grande parte composto por notáveis acusados de corrupção, o que vemos é o aumento do déficit público, que já chega a R$ 170 bilhões, concedeu reajustes generosos ao Poder Judiciário, permitiu um trem da alegria no Legislativo através da criação de cargos públicos e, para finalizar, acariciou os governadores com subsídios para minorar o resultado de quebradeira geral nos estados. Para completar o quadro de benesses, o interino acaricia os empresários (financiadores de campanhas eleitorais dos políticos) flexibilizando a CLT.
Diante destes fatos, fica a pergunta: de onde o governo interino pretende tirar recursos para cobrir esse déficit público monumental? A resposta é óbvia: da classe trabalhadora.
Através da aprovação dos inúmeros projetos que tramitam no Senado e na Câmara com viés neoliberal, retirando direitos dos trabalhadores; com uma nova versão da privataria que arrasou o País na década de 90, causando desemprego em massa e a entrega de empresas lucrativas como a Vale do Rio Doce (sim, antigamente ela tinha Rio Doce no nome); e uma reforma da Previdência assustadoramente cruel, o governo interino acaricia o Judiciário, o Parlamento e os empresários, enquanto joga a conta dessa farra no bolso do trabalhador e da trabalhadora.
A bem da verdade, há que se observar que este quadro de elevação de gastos públicos se daria em qualquer governo, interino ou não. Isto porque o modelo político brasileiro de coligações sem compromisso programático (toma lá, dá cá), é doente. Em 2014, organizações dos movimentos sindical e sociais encamparam a defesa da reformulação do sistema político. Para pressionar o Congresso Nacional, um plebiscito popular organizado por esses movimentos recolheu mais de sete milhões de assinaturas em setembro daquele ano para pressionar os parlamentares a convocarem uma consulta oficial à população brasileira, no sentido de procurar aprovação para a criação de uma Constituinte específica, para discutir o atual modelo político. Transformado em Projeto de Lei (PDL 1508/2014), o assunto permanece parado, sem sequer ter sido discutido pelo parlamentares.
A diretoria do Sindpd-RJ vem se manifestando, reiteradamente, contra qualquer retirada de direitos da classe trabalhadora, assim como o desmonte das empresas públicas. Vamos continuar lutando, e conclamamos os trabalhadores e trabalhadoras para que se juntem a nós nessa jornada. Seja através das redes sociais, seja através da participação em atos públicos, é nossa obrigação manifestar nosso protesto contra o retrocesso e o arrocho.
Não ao golpe!
Fora golpista e seu time de corruptos!
Por Reforma Política ampla!
Não à retirada de direitos dos trabalhadores e trabalhadoras!
Não à Reforma da Previdência e pela volta do Ministério da Previdência Social!
Não ao desmonte de nossas empresas públicas!