Dataprev: trabalhadores estão parados por tempo indeterminado Greve contra a privatização da empresa estatal que detém dados da Previdência chega a mais de 20 unidades da federação São Paulo – Servidores da Dataprev estão em greve por tempo indeterminado em mais de 20 estados e no Distrito Federal. A paralisação ocorre em resposta ao processo […]
Dataprev: trabalhadores estão parados por tempo indeterminado
Greve contra a privatização da empresa estatal que detém dados da Previdência chega a mais de 20 unidades da federação
São Paulo – Servidores da Dataprev estão em greve por tempo indeterminado em mais de 20 estados e no Distrito Federal. A paralisação ocorre em resposta ao processo de privatização da empresa pública de tecnologia, que hoje é responsável por todo o banco de dados da Previdência no Brasil. Os trabalhadores protestam contra o programa de desligamento voluntário em curso, que, segundo eles, esconde um processo de demissão em massa e visa fechar 20 unidades da empresa em diversos estados.
Mensalmente a Dataprev processa cerca de 35 milhões de benefícios previdenciários. São R$ 50 bilhões em benefícios do INSS, o que representa R$ 555 bilhões por ano. Além disso, a empresa cuida do seguro desemprego, do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Cadastro Nacional de Informações Sociais, do Sistema de Benefícios do INSS e da Intermediação de Mão de Obra e do Cadastro Brasileiro de Ocupação.
De acordo com a categoria, o governo não concluiu os estudos de viabilidade da privatização e não respeita a obrigatoriedade de autorização do Congresso Nacional para o processo.
Moacir Lopes, secretário de administração da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps), afirma que o governo não dialoga com os trabalhadores e ressalta os riscos existentes em passar para a iniciativa privada dados sigilosos de milhões de brasileiros.
“Quem vai ser responsável e como vai ser feita a segurança dos dados do INSS com a privatização da Dataprev? São dados de alta relevância, envolvem a vida de muitos cidadãos. São dados de pagamentos de benefícios, lá estão os valores que cada um recebe, os dados pessoais aposentados. Portanto, é algo que precisa de muita segurança para evitar exposição dos segurados. Vai desde a possibilidade de vazamento de dados para venda de produtos e serviços, até golpes. Há quadrilhas especializadas em aplicar golpes nos aposentados, quem vai garantir a segurança?”, questiona.
Sem apresentar nenhuma prova, na semana passada, o secretário especial de Desestatização do Ministério da Economia, Salim Mattar, afirmou que os servidores da Dataprev vendem dados dos brasileiros. A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Processamento de Dados, Serviços de Informática e Similares informou que vai acionar a Justiça e abrir uma representação na Procuradoria Geral da República por crime de responsabilidade, desvio de finalidade e calúnia contra Salim.
Os trabalhadores afirmam ainda que a privatização da Dataprev vai intensificar os problemas que vêm sendo registrados na Previdência. Na semana passada, o governo oficializou a contratação temporária de 7 mil militares para prestar atendimento no INSS. A intenção do governo é tentar resolver a demanda de quase 2 milhões de processos parados, que tendem a aumentar. Nesta terça-feira (28), o assunto será discutido em uma audiência da Fenasps com a presidência do Instituto. A federação protocolou uma Ação Popular que visa obrigar o governo federal a realizar concurso público e iniciar uma campanha de estímulo para que aposentados voltem ao trabalho.
“Não faz sentido o governo apresentar uma solução transitória como essa dos militares e não pensar a Previdência daqui três, quatro ou cinco anos. Vai estar um caos pior do que hoje”, argumenta Moacir Lopes.
No ano passado, o governo automatizou 90 serviços prestados nas agências do INSS e informou a intenção de fechar 50% das Unidades Administrativas de Serviços Gerais do INSS, privilegiando o atendimento digital. O secretário da Fenasps ressalta que a digitalização vem causando problemas. Ele lembra que mais de 30% da população não tem acesso à internet e vai além: informa que em alguns postos e escritórios do INSS pelo Brasil nem mesmo a velocidade da internet é suficiente para a prestação dos serviços digitais.
De acordo com as entidades que representam os trabalhadores, o quadro de servidores foi reduzido em 40% nos últimos anos. Somada à falta de novos concursos públicos, a situação causa defasagem no atendimento. Os trabalhadores afirmam que existe a percepção de uma ação proposital por parte do governo para a queda na qualidade do serviço prestado. A intenção seria usar a situação como argumento para conseguir apoio da população ao processo de venda da empresa.
O tema da privatização, segundo informou a Dataprev ao Brasil de Fato, está sendo tratado pelo Ministério da Economia e Casa Civil da Presidência da República.
Fonte: Rede Brasil Atual https://www.redebrasilatual.com.br/economia/2020/01/dataprev-trabalhadores-estao-parados-por-tempo-indeterminado/
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Dataprev de São Paulo anuncia greve e fila do INSS pode aumentar
Paralisação em diversos estados poderá afetar adaptação do sistema à reforma da Previdência, diz sindicato
Funcionários públicos da Dataprev (Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social) em São Paulo aderiram a outras unidades da estatal e anunciaram nesta segunda-feira (27) que vão entrar em greve a partir desta quinta (30). A paralisação já ocorre em Brasília, Paraíba, Paraná, Bahia, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Sergipe e Rio de Janeiro, onde há uma das unidades de desenvolvimento, também responsável pela adaptação do sistema do INSS às novas regras implantadas pela reforma da Previdência.
A Dataprev é responsável por administrar a base de dados do país, especialmente a do INSS. É a responsável pela gestão, por exemplo, do CNIS (Cadastro Nacional de Informações Sociais), que permite a concessão automática de vários direitos sociais, como aposentadorias ou salário-maternidade. Entre outros serviços, a empresa pública processa o pagamento mensal de cerca de 35 milhões de benefícios previdenciários e responde pelo sistema eletrônico que faz a liberação de seguro-desemprego.
Os representantes dos profissionais da Dataprev afirmam que a greve deverá afetar a análise de novos pedidos ao INSS, o que traz o risco de aumentar ainda mais a fila do atendimento. Procurado, o INSS disse que quem deve se manifestar sobre o possível aumento na fila de pedidos ao instituto é a Dataprev.
A decisão foi tomada em assembleia após denúncias de assédio moral e demissões em massa, segundo o sindicato da categoria. O presidente do Sindpd (Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados e Tecnologia da Informação do estado de São Paulo), Antonio Neto, diz que a greve “é uma defesa da população” frente à “incoerência de o governo fazer uma força-tarefa enquanto enxuga os trabalhadores que sabem fazer o trabalho”.
O sindicalista se refere à contratação de 7.000 militares da reserva pelo governo Bolsonaro para reduzir a fila do INSS. Hoje, segundo o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, há 1,3 milhão de requerimentos que excedem o prazo de 45 dias dado pelo órgão para análise do pedido. Contando todos os requerimentos (inclusive aqueles dentro do prazo), são 1,9 milhão de pedidos.
Já a análise de aposentadorias e pensões por morte solicitados a partir de 13 de novembro de 2019, quando a reforma entrou em vigor, está travada. Apenas salário-maternidade e auxílio-doença estão sendo analisados, porque o sistema do INSS não está adaptado para analisar os pedidos de segurados com as novas exigências. O INSS prevê iniciar a análise desses novos benefícios até março.
A Dataprev tem mais de 3.500 funcionários em todo o Brasil, com três data centers, localizados nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, e cinco unidades de desenvolvimento, em Fortaleza, João Pessoa, Natal, Rio de Janeiro e Florianópolis. O atendimento operacional e técnico é feito pelas 27 regionais, uma em cada capital.
Os trabalhadores também se manifestam contra a ideia de privatizar a empresa, alegando que “o atual governo se arrisca a um vazamento sem precedentes dos dados da grande maioria dos brasileiros”.
“Estão querendo jogar os trabalhadores da Dataprev contra o povo brasileiro. Primeiro, eles desmontam a estrutura da empresa com demissões em massa e causam uma crise nacional na concessão de benefícios previdenciários. Depois, surgem declarações mentirosas e caluniosas dizendo que os trabalhadores da Dataprev vendem os dados públicos. Tudo isso para justificar a privatização da empresa. Os trabalhadores não vão aceitar esses ataques e a precarização que querem impor”, afirmou Antonio Neto.
A Dataprev afirma, em nota, que “entende e respeita as mobilizações sindicais e o direito de greve dos trabalhadores”.
De acordo com a empresa, o fechamento das 20 unidades estaduais “não afeta, de nenhuma maneira e sob nenhum aspecto, o trabalho de processamento dos dados previdenciários”.
“Ao contrário, todo esse processamento ocorre nos estados com Unidades de Desenvolvimento e data centers (Ceará, Distrito Federal, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e São Paulo), com quantitativo preservado para garantir o processamento dos dados.”
Sobre a adaptação dos sistemas do INSS às novas regras implantadas pela reforma da Previdência, a Dataprev afirma que “conta com equipe exclusiva e dedicada a esta tarefa, com seu trabalho totalmente preservado”.
A Dataprev diz ainda que o Programa de Adequação de Quadro, lançado em 8 de janeiro, oferece incentivos ao desligamento dos empregados. “Isso vem sendo feito com todo o cuidado e o respeito que a delicadeza do assunto demanda”, diz a nota.
Fonte: Folha de São Paulo https://agora.folha.uol.com.br/grana/2020/01/dataprev-de-sao-paulo-anuncia-greve-e-fila-do-inss-pode-aumentar.shtml
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Funcionários da Dataprev em SP entram em greve a partir de quinta-feira
A greve na empresa de tecnologia e processamento de dados da Previdência Social já acontece em outras capitais
Trabalhadores da Dataprev de São Paulo decidiram em assembleia realizada hoje aderir à greve dos profissionais da estatal a partir da próxima quinta-feira (30). A informação é do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados e Tecnologia da Informação do Estado de São Paulo (Sindpd-SP)
A greve na empresas de tecnologia e processamento de dados da Previdência Social já acontece em outras capitais e ocorre após cortes e demissões na empresa. “O desmonte da estatal responsável pelo processamento de dados previdenciários vem atrasando o recebimento de pensões e aposentadorias em todo o país”, afirma o sindicato, em comunicado.
Ainda conforme a entidade, a empresa possui atualmente mais de 3,5 mil funcionários em todo o Brasil. A estrutura conta com três data centers, localizados nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. A empresa tem ainda cinco unidades de desenvolvimento, localizadas nas cidades de Fortaleza, João Pessoa, Natal, Rio de Janeiro e Florianópolis. O atendimento operacional e técnico é feito pelas 27 regionais, uma em cada capital.
No começo de janeiro, a Dataprev, cotada pelo governo para ser privatizada, anunciou que vai demitir 493 funcionários e fechar filiais em 20 Estados. O enxugamento de quadros é parte de processo de redução de despesas.
Em nota, a Dataprev afirma que “o fechamento das 20 unidades estaduais da empresa não afeta, de nenhuma maneira e sob nenhum aspecto, o trabalho de processamento dos dados previdenciários”. Segundo a empresa, todo o processamento ocorre nos Estados com unidades de desenvolvimento e data centers (Ceará, Distrito Federal, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e São Paulo), com suas atividades integralmente preservadas.
“Cabe enfatizar: o encerramento dessas unidades vem sendo estudado há bastante tempo, sem nenhuma conexão com a inclusão da Dataprev na lista de empresas passíveis de privatização”, diz a Dataprev, no comunicado. “Trata-se de uma medida de eficiência que visa equilibrar e garantir a sustentabilidade e a competitividade da empresa.”
Fonte: Valor Econômico https://valor.globo.com/brasil/noticia/2020/01/27/funcionarios-da-dataprev-em-sp-entram-em-greve-a-partir-de-quinta-feira.ghtml
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O processo de privatização da Dataprev (Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social) vem gerando cada vez mais reações: trabalhadores da estatal iniciaram ou iniciarão greve em vários estados para protestar contra a decisão. É o caso da filial de São Paulo, que paralisará as suas atividades a partir de quinta-feira (30).
A Dataprev foi colocada oficialmente em processo de privatização no dia 16 pelo presidente Jair Bolsonaro. No dia 22, o Ministério da Economia autorizou o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) a coordenar a venda da participação acionária da União na estatal.
Como consequência, trabalhadores da Dataprev vêm se manifestando em várias partes do país, até porque, além da desestatização, o governo trabalha no fechamento das filiais da empresa em 20 estados, processo que deve culminar na demissão de 493 dos cerca de 3.500 funcionários.
As filiais da Dataprev em Brasília, Paraíba, Paraná, Bahia, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Sergipe e Rio de Janeiro já estão em greve. Como já dito, os funcionários da unidade de São Paulo irão aderir à paralisação a partir da próxima quinta-feira.
“A decisão da adesão à greve ocorreu após inúmeras denúncias de demissões em massa, precarização, assédio moral e coação em todo o Brasil”, diz o Sindicato dos Profissionais em Processamento de Dados e TI do Estado de São Paulo.
O sindicato também atribui ao “desmonte da estatal” o atraso nos pedidos e pagamentos de benefícios pelo INSS. Nesse ponto, vale destacar que, entre outras tarefas, a Dataprev é responsável por processar o pagamento mensal de 35 milhões de benefícios previdenciários.
Em nota, a Dataprev diz que “entende e respeita as mobilizações sindicais e o direito de greve dos trabalhadores”, mas argumenta que o fechamento das 20 filiais “não afeta, de nenhuma maneira e sob nenhum aspecto, o trabalho de processamento dos dados previdenciários”.
No mesmo comunicado, a Dataprev afirma que o processamento das requisições do INSS é feito nas unidades de desenvolvimento da empresa no Ceará, Distrito Federal, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e São Paulo — nenhuma delas será fechada.
Fonte: Tecnoblog https://tecnoblog.net/322878/funcionarios-dataprev-greve-estados-privatizacao/
BENEFÍCIOS
Dataprev anuncia greve e afeta INSS
Dataprev anuncia greve e afeta INSS. Funcionários públicos da Dataprev (Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social) em São Paulo aderiram a outras unidades da estatal e anunciaram nesta segunda-feira (27) que vão entrar em greve a partir desta quinta (30). A paralisação já ocorre em Brasília, Paraíba, Paraná, Bahia, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Sergipe e Rio de Janeiro, onde há uma das unidades de desenvolvimento, também responsável pela adaptação do sistema do INSS às novas regras implantadas pela reforma da Previdência.
A Dataprev é responsável por administrar a base de dados do país, especialmente a do INSS. É a responsável pela gestão, por exemplo, do CNIS (Cadastro Nacional de Informações Sociais), que permite a concessão automática de vários direitos sociais, como aposentadorias ou salário-maternidade. Entre outros serviços, a empresa pública processa o pagamento mensal de cerca de 35 milhões de benefícios previdenciários e responde pelo sistema eletrônico que faz a liberação de seguro-desemprego.
Dataprev cria simulador no INSS para aposentadoria
Os representantes dos profissionais da Dataprev afirmam que a greve deverá afetar a análise de novos pedidos ao INSS, o que traz o risco de aumentar ainda mais a fila do atendimento. Procurado, o INSS disse que quem deve se manifestar sobre o possível aumento na fila de pedidos ao instituto é a Dataprev.
A decisão foi tomada em assembleia após denúncias de assédio moral e demissões em massa, segundo o sindicato da categoria. O presidente do Sindpd (Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados e Tecnologia da Informação do estado de São Paulo), Antonio Neto, diz que a greve “é uma defesa da população” frente à “incoerência de o governo fazer uma força-tarefa enquanto enxuga os trabalhadores que sabem fazer o trabalho”.1 6
O sindicalista se refere à contratação de 7.000 militares da reserva pelo governo Bolsonaro para reduzir a fila do INSS. Hoje, segundo o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, há 1,3 milhão de requerimentos que excedem o prazo de 45 dias dado pelo órgão para análise do pedido. Contando todos os requerimentos (inclusive aqueles dentro do prazo), são 1,9 milhão de pedidos.
Já a análise de aposentadorias e pensões por morte solicitados a partir de 13 de novembro de 2019, quando a reforma entrou em vigor, está travada. Apenas salário-maternidade e auxílio-doença estão sendo analisados, porque o sistema do INSS não está adaptado para analisar os pedidos de segurados com as novas exigências. O INSS prevê iniciar a análise desses novos benefícios até março.
A Dataprev tem mais de 3.500 funcionários em todo o Brasil, com três data centers, localizados nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, e cinco unidades de desenvolvimento, em Fortaleza, João Pessoa, Natal, Rio de Janeiro e Florianópolis. O atendimento operacional e técnico é feito pelas 27 regionais, uma em cada capital.
Os trabalhadores também se manifestam contra a ideia de privatizar a empresa, alegando que “o atual governo se arrisca a um vazamento sem precedentes dos dados da grande maioria dos brasileiros”.
“Estão querendo jogar os trabalhadores da Dataprev contra o povo brasileiro. Primeiro, eles desmontam a estrutura da empresa com demissões em massa e causam uma crise nacional na concessão de benefícios previdenciários. Depois, surgem declarações mentirosas e caluniosas dizendo que os trabalhadores da Dataprev vendem os dados públicos. Tudo isso para justificar a privatização da empresa. Os trabalhadores não vão aceitar esses ataques e a precarização que querem impor”, afirmou Antonio Neto.
A Dataprev afirma, em nota, que “entende e respeita as mobilizações sindicais e o direito de greve dos trabalhadores”.
De acordo com a empresa, o fechamento das 20 unidades estaduais “não afeta, de nenhuma maneira e sob nenhum aspecto, o trabalho de processamento dos dados previdenciários”.
“Ao contrário, todo esse processamento ocorre nos estados com Unidades de Desenvolvimento e data centers (Ceará, Distrito Federal, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e São Paulo), com quantitativo preservado para garantir o processamento dos dados.”
Sobre a adaptação dos sistemas do INSS às novas regras implantadas pela reforma da Previdência, a Dataprev afirma que “conta com equipe exclusiva e dedicada a esta tarefa, com seu trabalho totalmente preservado”.
A Dataprev diz ainda que o Programa de Adequação de Quadro, lançado em 8 de janeiro, oferece incentivos ao desligamento dos empregados. “Isso vem sendo feito com todo o cuidado e o respeito que a delicadeza do assunto demanda”, diz a nota.
Greve contra a privatização da empresa estatal que detém dados da Previdência chega a mais de 20 unidades da federação
Servidores da Dataprev estão em greve por tempo indeterminado em mais de 20 estados e no Distrito Federal. A paralisação ocorre em resposta ao processo de privatização da empresa pública de tecnologia, que hoje é responsável por todo o banco de dados da Previdência no Brasil. Os trabalhadores protestam contra o programa de desligamento voluntário em curso, que, segundo eles, esconde um processo de demissão em massa e visa fechar 20 unidades da empresa em diversos estados.
Mensalmente a Dataprev processa cerca de 35 milhões de benefícios previdenciários. São R$ 50 bilhões em benefícios do INSS, o que representa R$ 555 bilhões por ano. Além disso, a empresa cuida do seguro desemprego, do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Cadastro Nacional de Informações Sociais, do Sistema de Benefícios do INSS e da Intermediação de Mão de Obra e do Cadastro Brasileiro de Ocupação.
De acordo com a categoria, o governo não concluiu os estudos de viabilidade da privatização e não respeita a obrigatoriedade de autorização do Congresso Nacional para o processo.
Moacir Lopes, secretário de administração da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps), afirma que o governo não dialoga com os trabalhadores e ressalta os riscos existentes em passar para a iniciativa privada dados sigilosos de milhões de brasileiros.
“Quem vai ser responsável e como vai ser feita a segurança dos dados do INSS com a privatização da Dataprev? São dados de alta relevância, envolvem a vida de muitos cidadãos. São dados de pagamentos de benefícios, lá estão os valores que cada um recebe, os dados pessoais aposentados. Portanto é algo que precisa de muita segurança para evitar exposição dos segurados. Vai desde a possibilidade de vazamento de dados para venda de produtos e serviços, até golpes. Há quadrilhas especializadas em aplicar golpes nos aposentados, quem vai garantir a segurança?”, questiona.
Sem apresentar nenhuma prova, na semana passada, o secretário especial de Desestatização do Ministério da Economia, Salim Mattar, afirmou que os servidores da Dataprev vendem dados dos brasileiros. A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Processamento de Dados, Serviços de Informática e Similares informou que vai acionar a Justiça e abrir uma representação na Procuradoria Geral da República por crime de responsabilidade, desvio de finalidade e calúnia contra Salim.
Apagão na Previdência
Os trabalhadores afirmam ainda que a privatização da Dataprev vai intensificar os problemas que vêm sendo registrados na Previdência. Na semana passada, o governo oficializou a contratação temporária de 7 mil militares para prestar atendimento no INSS. A intenção do governo é tentar resolver a demanda de quase 2 milhões de processos parados, que tendem a aumentar. Nesta terça-feira (28), o assunto será discutido em uma audiência da Fenasps com a presidência do Instituto. A federação protocolou uma Ação Popular que visa obrigar o governo federal a realizar concurso público e iniciar uma campanha de estímulo para que aposentados voltem ao trabalho.
“Não faz sentido o governo apresentar uma solução transitória como essa dos militares e não pensar a Previdência daqui três, quatro ou cinco anos. Vai estar um caos pior do que hoje”, argumenta Moacir Lopes.
No ano passado, o governo automatizou 90 serviços prestados nas agências do INSS e informou a intenção de fechar 50% das Unidades Administrativas de Serviços Gerais do INSS, privilegiando o atendimento digital. O secretário da Fenasps ressalta que a digitalização vem causando problemas. Ele lembra que mais de 30% da população não tem acesso à internet e vai além: informa que em alguns postos e escritórios do INSS pelo Brasil nem mesmo a velocidade da internet é suficiente para a prestação dos serviços digitais.
De acordo com as entidades que representam os trabalhadores, o quadro de servidores foi reduzido em 40% nos últimos anos. Somada a falta de novos concursos públicos, a situação causa defasagem no atendimento. Os trabalhadores afirmam que existe a percepção de uma ação proposital por parte do governo para a queda na qualidade do serviço prestado. A intenção seria usar a situação como argumento para conseguir apoio da população ao processo de venda da empresa.
O tema da privatização, segundo informou a Dataprev ao Brasil de Fato, está sendo tratado pelo Ministério da Economia e Casa Civil da Presidência da República.
Trabalhadores de mais de 20 estados já aderiram à paralisação contra a privatização da empresa estatal que controla os dados da Previdência
Servidores da Dataprev estão em greve por tempo indeterminado em mais de 20 estados e no Distrito Federal. A paralisação ocorre em resposta ao processo de privatização da empresa pública de tecnologia, que hoje é responsável por todo o banco de dados da Previdência no Brasil. Os trabalhadores protestam contra o programa de desligamento voluntário em curso, que, segundo eles, esconde um processo de demissão em massa e visa fechar 20 unidades da empresa em diversos estados.
Mensalmente a Dataprev processa cerca de 35 milhões de benefícios previdenciários. São R$ 50 bilhões em benefícios do INSS, o que representa R$ 555 bilhões por ano. Além disso, a empresa cuida do seguro desemprego, do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Cadastro Nacional de Informações Sociais, do Sistema de Benefícios do INSS e da Intermediação de Mão de Obra e do Cadastro Brasileiro de Ocupação.
De acordo com a categoria, o governo não concluiu os estudos de viabilidade da privatização e não respeita a obrigatoriedade de autorização do Congresso Nacional para o processo.
Moacir Lopes, secretário de administração da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps), afirma que o governo não dialoga com os trabalhadores e ressalta os riscos existentes em passar para a iniciativa privada dados sigilosos de milhões de brasileiros.
“Quem vai ser responsável e como vai ser feita a segurança dos dados do INSS com a privatização da Dataprev? São dados de alta relevância, envolvem a vida de muitos cidadãos. São dados de pagamentos de benefícios, lá estão os valores que cada um recebe, os dados pessoais aposentados. Portanto é algo que precisa de muita segurança para evitar exposição dos segurados. Vai desde a possibilidade de vazamento de dados para venda de produtos e serviços, até golpes. Há quadrilhas especializadas em aplicar golpes nos aposentados, quem vai garantir a segurança?”, questiona.
Sem apresentar nenhuma prova, na semana passada, o secretário especial de Desestatização do Ministério da Economia, Salim Mattar, afirmou que os servidores da Dataprev vendem dados dos brasileiros. A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Processamento de Dados, Serviços de Informática e Similares informou que vai acionar a Justiça e abrir uma representação na Procuradoria Geral da República por crime de responsabilidade, desvio de finalidade e calúnia contra Salim.
Fonte: Brasil de Fato https://www.brasildefato.com.br/2020/01/27/dataprev-trabalhadores-estao-parados-por-tempo-indeterminado/
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