Dataprev – Auxílio moradia para diretores é imoral e discriminatório

 

A decisão do Conselho de Administração da Dataprev de autorizar o pagamento de auxílio-moradia para diretores da empresa é mais um retrato escancarado do abismo que separa a cúpula da empresa com o cotidiano de trabalhadores e trabalhadoras que a sustentam com seu trabalho. É impossível não repudiar um gesto tão insensível, elitista e discriminatório. […]


Publicado por em 04/12/2025.

A decisão do Conselho de Administração da Dataprev de autorizar o pagamento de auxílio-moradia para diretores da empresa é mais um retrato escancarado do abismo que separa a cúpula da empresa com o cotidiano de trabalhadores e trabalhadoras que a sustentam com seu trabalho. É impossível não repudiar um gesto tão insensível, elitista e discriminatório.

Enquanto os diretores se beneficiam de privilégios financiados com recursos públicos, a mesma diretoria jamais demonstrou igual empatia pelos servidores que tiveram suas vidas viradas do avesso com o fechamento arbitrário dos escritórios regionais. Trabalhadores e trabalhadoras que, em muitos casos, foram arrancados de seus locais de origem, separados de suas comunidades, obrigados a reorganizar famílias inteiras — e tudo isso sem qualquer suporte digno.

Da mesma forma, ignora-se a situação daqueles que, durante a pandemia de Covid-19, optaram por mudar para outras cidades para sobreviver, trabalhar remotamente e continuar servindo ao país. Para esses, não houve auxílio, compreensão ou gesto humanitário. Só silêncio e descaso quando das inúmeras mesas de negociação onde os representantes sindicais argumentavam pela importância da manutenção do teletrabalho nessas circunstâncias. E olha que nem auxílio moradia era solicitado, apenas a continuidade de uma forma laboral que em nada prejudica a empresa.

É repugnante assistir à naturalização dessa discriminação institucional. Uma gestão que privilegia poucos enquanto demonstra descaso em relação a muitos, perdeu o direito moral de falar em justiça, ética ou compromisso público.

E nós não aceitamos ficar calados.

Sindpd-RJ e Atetiprev