A Cobra Tecnologia implantou no dia 1º de julho de 2011 o Cartão Combustível/Manutenção, destinado para todos os técnicos de campo. A Fenadados e os sindicatos filiados se reuniram com trabalhadores atingidos por essa modalidade e debateram sobre as implicações de aceitar ou não a proposta da empresa.
Na reunião, os trabalhadores e trabalhadoras fizeram as seguintes reflexões:
1. O valor de R$ 523,50, parcela mensal paga para o trabalhador utilizar o veículo próprio em serviço, somente cobre as despesas com IPVA, seguro e 10% da depreciação do veículo por ano, sendo assim toda e qualquer manutenção corretiva ficará única e exclusivamente a cargo do trabalhador;
2. A empresa pagará esse valor a todos os técnicos não observando as especificidades de cada região;
3. A empresa não remuneraria o trabalhador com o AUXÍLIO CONDUTOR e nem pelo serviço de armazenagem e transporte de peças/equipamentos usados nas manutenções técnicas;
4. A empresa fez os cálculos levando em consideração um veiculo básico, motor 1.0 e com ar-condicionado, o que não reflete a realidade dos veículos pertencentes aos técnicos;
5. A decisão de aceitar ou não o Cartão Combustível/Manutenção é única e exclusiva do trabalhador, entretanto alguns Gerentes Regionais e Gerentes de CATs ameaçaram aos trabalhadores: se não aceitassem a nova modalidade proposta pela empresa, os técnicos seriam penalizados com demissão;
6. Os trabalhadores foram conscientizados dos baixos salários praticados pela empresa, o que ocasiona alta rotatividade e o desinteresse dos aprovados nos concursos em assumir o cargo;
7. Os valores por KM rodado pagos até 30/6/2011 se configuram SALÁRIO IN NATURA, portanto a sua incorporação no salário do trabalhador é passível de ser cobrada em Juízo;
8. O transporte do trabalhador, peças e equipamento até o local de atendimento é única e exclusiva de responsabilidade da empresa;
9. Os editais dos concursos públicos nunca exigiram que o técnico tivesse, OBRIGATORIAMENTE, carro próprio para trabalhar;
10. O veículo utilizado pelo trabalhador nos atendimentos dos chamados técnicos é PATRIMÔNIO DO TRABALHADOR E NÃO DA EMPRESA.
Diante desta realidade, a grande maioria dos trabalhadores OPTOU em não colocar seus veículos a serviço da empresa.
Hoje, constata-se que a empresa enfrenta uma grande dificuldade para atender os chamados dentro dos prazos estipulados em contrato com o Banco do Brasil. Porém, nós, trabalhadores, estamos conscientes de que esta é uma RESPONSABILIDADE da empresa, e não nossa! Não podemos colocar nosso patrimônio a serviço da empresa e não sermos remunerados por isso. Não podemos nos expor as riscos de uma viagem sem, no mínimo, sermos pagos por isso!
Não queremos fazer do KM nosso segundo salário dentro da empresa! Queremos que a direção da empresa ouça nosso clamor: fazer uma pesquisa de mercado para se conscientizar de que R$ 523,50 está bem abaixo dos valores praticados no mercado.
Não estamos nos negando em fazer o serviço pelo qual fomos contratados, apenas queremos que se dê a CÉSAR O QUE É DE CÉSAR!
A empresa até hoje não explicou de forma clara como chegou aos valores propostos, o que nos gera dúvida uma vez que em menos de 5 dias os valores mudaram três vezes: a primeira proposta era de R$ 410, 00; depois foi para R$ 490,00; e às vésperas da implantação da nova metodologia, foi para R$ 523,50. Tudo isso para evitar o que hoje é uma realidade: O CARRO É MEU! SEM REMUNERAÇÃO JUSTA, VOU TRABALHAR DE BUSÃO!
A direção da Cobra Tecnologia tem que entender que remunerar bem aos seus trabalhadores não irá, de forma alguma, quebrar a empresa. O que pode quebrar a Cobra é o inchaço de DAS e os Cargos Comissionados que, hoje, vigora dentro da empresa.
Convocamos todos os trabalhadores e trabalhadoras a persistirem na luta por melhores salários, garantia de emprego, isonomia, igualdade de oportunidades e melhor valorização da ferramenta utilizada em todos os atendimentos: o nosso veículo!!
ADRIANO, VOCE ESTÁ ME OUVINDO???
Fonte: Fenadados