Cerca de 500 trabalhadores da Dataprev no Rio de Janeiro decidiram hoje, em assembleia realizada na porta da sede da empresa, em Botafogo, manter a greve por tempo indeterminado que se iniciou à 0 hora desta quinta-feira. Ficou decidido também que, na vigência da liminar conquistada pelo Sindpd-RJ que proíbe a Dataprev de utilizar o Sistema de Ponto Eletrônico (SisGF), nenhum trabalhador deverá registrar sua jornada nos terminais que estão espalhados no interior da empresa.
Haverá nova assembleia na segunda-feira, dia 7/11, às 11 horas, na Álvaro Rodrigues, para avaliação do movimento paredista e deliberação sobre os rumos da mobilização.
O que os trabalhadores querem é uma negociação igual à de outras estatais, onde houve ganho de salário para o corpo funcional. Para conseguir isso, já abriram mão de várias reivindicações, em nome de uma negociação pacífica.
Apesar de todos os esforços, a Campanha Salarial dos trabalhadores da Dataprev vem se arrastando desde maio deste ano, mesma data-base dos eletricitários. O governo não cedeu um milímetro, e a empresa, cuja diretoria é considerada autoritária, ainda ameaça retirar direitos.
Estão em greve atualmente os trabalhadores do Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraíba, Ceará, Bahia e Rio Grande do Sul. Assembleias estão sendo realizadas em outros estados para deliberar sobre paralisações.
As reivindicações da categoria englobam um pacote que prevê:
1. Reajuste salarial de 6,51 (IPCA);
2. 4 cartelas de tíquete restaurante ou alimentação;
3. 1 nível na tabela salarial (adiantamento da promoção por antiguidade); e
4. 6,51% de reajuste no adicional de atividade.
Coordenador Jurídico do Sindicato esclarece dúvidas dos trabalhadores
Durante a assembleia de hoje o coordenador jurídico do Sindicato, advogado Alexandre Fagundes, respondeu a perguntas dos trabalhadores. Confira as principais questões esclarecidas:
1) Interdito Proibitório sobre o uso do Sistema de Ponto Eletrônico (SisGF):
O advogado esclareceu que a empresa não pode, em hipótese alguma, utilizar o SisGF para controle da jornada de trabalho dos empregados. Caso a empresa insista em contrariar a decisão judicial, o trabalhador deverá imprimir o comprovante do ponto e entregar ao Sindicato, para que sirva de prova na Justiça contra o desmando da empresa.
É importante deixar transparente o fato de que a Dataprev sofreu esta derrota por ter implantado o Sistema de Ponto de forma unilateral, sem a necessária negociação com a representação dos trabalhadores, conforme determina a Lei. A implantação do novo sistema de ponto só poderá ocorrer se negociada e aprovada através do Acordo Coletivo de Trabalho.
2) Interdito Proibitório da Dataprev contra o piquete na greve
Alexandre Fagundes esclareceu que a Dataprev tentou liminar contra a greve, mas não conseguiu, pois o Juiz declarou, em sua sentença, que a greve é legítimo instrumento do trabalhador. Portanto, a greve é legal.
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