Dataprev: avaliações sob medida para os “cargos de confiança”

 

Todos os caminhos nos levam a constatar que os mecanismos de progressão funcional e premiações na Dataprev são feitos sob medida para a Gerência. Não temos, ainda, como afirmar se este fato se deve ao excesso de arrogância ou ao exagero na esperteza dos que estão aboletados na gestão da empresa, mas que neste angu tem caroço, isso tem. Basta analisar os fatos abaixo:

SAF

O Sistema de Avaliação Funcional da Dataprev continua não avaliando como deveria e, por isso mesmo, em todas as decisões de PLR, os trabalhadores pedem para que não seja levado em consideração. Isso se dá porque simplesmente não há como confiar em um sistema em que os próprios avaliadores vão competir com os seus avaliados. Afinal nesse “inteligente” sistema, se o avaliador fizer uma avaliação em que o avaliado fique acima do esperado, ele (o avaliador) poderá ser automaticamente eliminado da progressão, a menos que haja verba para os dois. Ora, quem duvida do resultado dessa equação?

O descontentamento do corpo funcional, sempre prejudicado nas avaliações, se expressa com vigor quando a empresa se nega a negociar com as representações dos trabalhadores para que se encontre uma forma mais justa de avaliá-los.

Progressão Funcional

A empresa configura uma clara predileção pelos “cargos de confiança”, a ponto de escrever em seu edital que cada ano de gerência vale mais um ponto no desempate para mudança de módulo salarial, sem limite de pontos, enquanto que os trabalhadores que “não são de confiança” só podem acumular 8 pontos. E novamente o SAF interfere no resultado. Haja “saf”!

Diante de mais essa demonstração de arrogância gestores, a categoria pediu e o Sindpd-RJ entrou com pedido de liminar para impedir que fosse praticada mais uma injustiça contra os trabalhadores. Infelizmente a Justiça se declarou incapaz de decidir sobre avaliações e negou a liminar.

PCS

O Plano de Cargos e Salários (PCS) quando anunciado trouxe esperança, mas quando implantado trouxe decepção e descontentamento.

Mais uma vez, o atraso na implantação e a forma de avaliação deixaram a desejar, tanto que 1800 recursos foram formalizados, tentando corrigir as injustiças. Infelizmente 80% destes recursos foram negados. O certo é que as injustiças não foram poucas: trabalhadores de uma mesma divisão, com as mesmas subatividades e mesmas responsabilidades, foram enquadrados em módulos diferentes…

O preenchimento de um simples papel de forma subjetiva e ignorando completamente o passado do trabalhador, gerou o descontentamento de 50% da empresa. Para completar o quadro desastroso, o PCS da Dataprev foi implantado com tanto atraso que os salários iniciais de nível médio ficaram 30% menores e os salários iniciais de nível superior ficaram 79% menores do que os salários da área de seguro social do poder Executivo (fonte: relatório da SRH do Ministério do Planejamento).

Quem é a erva daninha dentro da Dataprev?

Por tudo o que descrevemos acima e mais: o ajuizamento do dissídio, a imposição do Sisgf, a negação do pagamento da Geap aos aposentados e pensionistas (custeio per capita) e tantas outras arbitrariedades é que fica a pergunta: o que há de errado na Dataprev? Quem é a verdadeira erva daninha? O gestor apadrinhado ou seus padrinhos políticos?

Seja quem for esse elemento desagregador e distribuidor de injustiças nós, os representantes dos trabalhadores da Dataprev, estaremos sempre ao lado do trabalhador e vamos nos preparar para 2012 com mais garra e  vontade de manter os nossos direitos e melhorar as condições de trabalho.

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